A Mão do Imperador
A exposição na sala dos Tesouros da Arqueologia Portuguesa de um fragmento de uma estátua monumental em bronze da cidade romana de Lucentum, representando a mão de um imperador que segura uma espada com o punho rematado por uma águia bicéfala.
Trata-se de um vestígio escultórico único das coleções do MARQ | Museo Arqueológico Provincial de Alicante, exposto agora no MNA ao abrigo da colaboração entre as duas instituições.
O MARQ | Museo Arqueologico Provincial de Alicante inaugurou a 29 de Janeiro de 2020 uma exposição, comissariada por Jorge A. Soler Díaz e Primitiva Bueno Ramírez, em parceria com o Museu Arqueológico Regional da Comunidade de Madrid, sobre "Ídolos Oculados. Miradas Milenarias".
Para essa mostra o Museu Nacional de Arqueologia cedeu 37 importantes bens culturais da sua colecção, como diversos ídolos, placas de xisto e vasos cerâmicos, sendo oito classificados como Bens de Interesse Nacional, ou “Tesouros Nacionais”.
A Mão do Imperador
Escultura romana monumental em bronze da antiga Lucentum
Este elemento escultórico foi encontrado em 2005 nas escavações arqueológicas de Tossal de Manises (Alicante, Espanha), na área onde se localizava o portão nordeste do forum da antiga cidade romana de Lucentum.
Correspondendo à mão esquerda de uma grande escultura em bronze com cerca de 2,20m, representa um personagem em trajes militares, quase certamente um imperador.
A mão segura uma espada, de que se conserva a guarda e o punho com os pomos decorados com uma águia bicéfala (duas cabeças) que olha em direções opostas.
Esta figura era desconhecida na iconografia latina o que a torna única e sem paralelos no Império Romano.
No dedo anelar é visível um anel onde está gravado um lituus, o bastão dos sacerdotes áugures.
Dada a elevada qualidade artística da escultura, supõe-se que foi produzida no século I d.C., exposta num pedestal na praça do forum, ou no interior de algum edifício público civil (como o senado) ou religioso (templo, basílica, entre outros).
A mão foi descoberta num contexto arqueológico datado da segunda metade do século III d.C.. A estátua terá sido destruída para reaproveitamento do metal em momento incerto.
Fotos de Arlindo Homem
A Mão do Imperador ficará patente, na Sala dos Tesouros da Arqueologia Portuguesa, de 19 de fevereiro a abril de 2019.
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