O laboratório tem como principal área de atuação a conservação e restauro de objetos metálicos, cerâmicos, pétreos e orgânicos provenientes de contextos arqueológicos, das coleções do museu e, pontualmente, objetos pertencentes a outros Museus e instituições. Um outro campo de ação e indissociável de todas as outras áreas é a conservação preventiva, essencial para garantir a preservação do espólio.
“A filosofia do laboratório está assente no respeito pela perenidade e integridade do objeto regendo-se pelos princípios deontológicos da conservação e restauro” de acordo com as diretrizes do Código de ética da European Confederation of Conservator-Restorers Organizations (ECCO).
Para um bom desempenho dos objetivos que propomos, consideramos que o percurso que leva os objetos arqueológicos desde a descoberta até à exposição é longo, e que pelo meio ficam numerosas ações de conservação e restauro, que podem permitir um melhor conhecimento de materiais e técnicas de fabrico. Nenhuma intervenção de conservação e restauro pode ser entendida como um episódio banal na vida de um bem cultural, devendo antes obedecer à seguinte sequência de requisitos:
- documentação através do registo fotográfico do estado de conservação do bem cultural antes de o submeter a qualquer intervenção;
- diagnóstico preliminar do estado do objeto e do seu significado cultural;
- registo sistemático de todas as ações efetuadas;
- intervenção mínima, mantendo a integridade original do objeto e justificando sempre a necessidade de adição de novos materiais;
- conservação preventiva, procurando antecipar futuras situações susceptíveis de provocar efeitos nocivos;
- visibilidade das intervenções, de tal modo que qualquer reconstituição seja facilmente discernível, sem contudo afectar a interpretação do objeto;
- reversibilidade das intervenções, garantindo a possibilidade de anulação de ações e remoção dos materiais adicionados, sem prejuízo da integridade original do objeto;
- compatibilidade dos materiais utilizados com a natureza físicoquímica e mesmo visual do objeto;
- registo fotográfico após a intervenção de conservação e restauro.
A melhor forma de limitar os riscos inerentes a toda e qualquer intervenção de conservação e restauro é o diálogo interdisciplinar entre todos os especialistas envolvidos, com especial relevo para o conservador restaurador, o conservador de museu e o arqueólogo.
O Laboratório de Conservação e Restauro realiza estágios na área. O número de estágios nacionais e internacionais tem vindo aumentar nos últimos anos.
Colabora também em programas de atualização técnico-científico de funcionários de instituições nacionais e internacionais, nomeadamente do Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, no âmbito da cátedra UNESCO «O Património Cultural dos Oceanos» celebrado entre o CHAM/FCSH-NOVA e a DGPC.