O Arquivo Histórico do Museu Nacional de Arqueologia contempla vários fundos documentais, como o Arquivo de Manuel Heleno, segundo diretor da instituição, o arquivo de Sebastião Estácio da Veiga, do Instituto Português de Arqueologia História e Etnografia, assim como algumas doações: o Arquivo de Gustavo Marques, de Luís Chaves e ainda um vasto acervo de desenhos e fotografias relacionados com as intervenções arqueológicas dos diferentes diretores. Ainda hoje o Legado de José Leite de Vasconcelos é o mais consultado pelos investigadores.
O ARQUIVO DEFINITIVO DO MUSEU
Este acervo documental acompanha toda a história administrativa da instituição desde a sua fundação até 1980.
O ARQUIVO FOTOGRÁFICO
Desde a direção de Manuel Heleno que o registo fotográfico das escavações arqueológicas e peças recolhidas durante esses trabalhos teve um grande incremento. De início esta documentação fotográfica servia apenas de apoio aos serviços do museu na área do inventário e exposições, mas hoje em dia os investigadores recorrem a estes documentos para estudos comparativos com o estado atual dos sítios arqueológicos já escavados noutras épocas.
OS ARQUIVOS PESSOAIS
O Arquivo de Estácio da Veiga (1828-1891)
Foi adquirido à viúva de Estácio da Veiga e depositado no museu, em 1897, sendo constituído por 7 caixas com manuscritos do autor, correspondência recebida, fotografias e desenhos.
OS ARQUIVOS DOS TRÊS PRIMEIROS DIRETORES
O Arquivo Pessoal de José Leite de Vasconcelos (1858-1941)
O Doutor Leite de Vasconcelos, falecido em 1941, com 82 anos, deixou em testamento ao MNA, parte do seu espólio científico e literário, que constitui o mais prestigioso legado existente no arquivo do Museu. Este fundo documental é formado pela livraria pessoal de J.L.V. (cerca de 9.000 títulos), e um espólio documental de dimensão invulgar, constituído por 199 caixas de manuscritos e 46 caixas de correspondência. Perfazendo um total de 245 caixas, pode ser considerado dos maiores, senão mesmo o maior espólio pessoal existente em bibliotecas portuguesas.
Este espólio é essencialmente composto por correspondência, apontamentos e documentação que utilizou na elaboração dos seus numerosos trabalhos científicos:
- Correspondência dirigida ao próprio, no período compreendido entre 1880 e 1941 | cerca de vinte e cinco mil espécies de mais de três mil e setecentos autores, nestes se incluindo a maioria das personalidades eminentes da cultura portuguesa da época, bem como inúmeros vultos estrangeiros de renome em vários domínios do conhecimento e, a título de exemplo, podemos referir Afonso do Paço, Martins Sarmento, Moses Amzalak, Orlando Ribeiro, Eugénio Jalhay, Albano Bellino, Joseph Déchelette, Hübner, H. Breuil, Cartailhac, E. Prestage, entre outros;
- Através da correspondência é igualmente possível conhecer-se melhor a personalidade multifacetada de Leite de Vasconcelos, bem como de alguns dos inteletuais que com ele se corresponderam, por vezes ao longo de várias décadas de uma intensa vida dedicada à investigação;
- Em 1999, foi publicado o inventário desta correspondência:
- COITO, L. C. (coord.) - Epistolário de José Leite de Vasconcelos. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1999. 273pp.
A listagem divulgada limita-se à apresentação dos autores e respetivo número de inventário. No Epistolário podem consultar todas as espécies enviadas por cada correspondente, local de envio e datas.
► Listagem de Autores no Epistolário de José Leite de Vasconcelos
- Grandes quantidades de manuscritos do próprio Leite de Vasconcelos e de muitos dos seus colaboradores, organizados por áreas temáticas, como Arqueologia, Etnografia, Numismática, Epigrafia, Filologia, etc.:
- Núcleos de correspondência para terceiros, adquirida por Leite de Vasconcelos atendendo quer à natureza do seu conteúdo – espécies epistolares dirigidas a personalidades de vulto no campo das ciências por ele cultivadas –, quer à identidade dos seus autores;
- Manuscritos de terceiros que, tal como sucedeu com a correspondência, foram adquiridos por Leite de Vasconcelos atendendo à natureza do seu conteúdo, dado terem sido escritos por personalidades de vulto no campo da ciência;
- Uma vasta coleção de gravuras, sobretudo de temática etnográfica, bem como de fotografias e de desenhos;
- Postais ilustrados.
Trata-se pois de um espólio cujo estudo aprofundado pode constituir um contributo precioso para o conhecimento da vida intelectual portuguesa entre as décadas finais do século XIX e os primeiros quarenta anos do século XX.
De realçar também a importância de que se revestem para o próprio Museu as numerosas referências explícitas a objetos e a coleções incorporados durante esse longo período, acompanhadas em muitos casos de pormenorizadas descrições, fotografias e desenhos.
Este acervo documental, devido ao seu enorme volume, foi sendo organizado e tratado ao longo de diversos anos, em diferentes fases e com a colaboração de vários técnicos.
Para conhecimento da 1.ª fase do trabalho efetuado neste espólio pode ser consultado o seguinte artigo:
- COITO, L. C.; COELHO, J. T. P. – «Nota acerca do legado do Doutor Leite de Vasconcelos no Museu Nacional de Arqueologia.» O Arqueólogo Português. Lisboa. S. 4, 6/7 (1988-89), pp. 333-365.
Para um conhecimento mais abrangente da vida, obra e legado de José leite de Vasconcelos:
- COITO, L. C.; CARDOSO, J. L.; MARTINS, A. C. – José Leite de Vasconcelos: Fotobiografia. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, Verbo, 2008. 318 p. : il. ; 31 cm.
Ao longo dos anos que se seguiram continuou-se a separação e organização das grandes quantidades de manuscritos tendo-se chegado à Relação de Assuntos que agora se divulga aos investigadores.
► Relação dos Assuntos nas Caixas do Legado de José Leite de Vasconcelos
Legado Leite de Vasconcelos na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
A outra instituição que recebeu parte da biblioteca de J.L.V. foi a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em relação aos manuscritos, apesar do grosso desse espólio ter ficado no museu, como já foi referido, os materiais que iriam servir para a publicação das suas obras póstumas, trabalho esse levado a efeito por uma equipa liderada por Orlando Ribeiro, foram para o Centro de Estudos Geográficos, da Faculdade de Letras.
O conjunto dessa documentação e biblioteca, estão hoje reunidas na biblioteca da faculdade, com a designação de Legado Leite de Vasconcelos e está em curso o seu tratamento, com vista a serem disponibilizadas a investigadores. Está (igualmente) em construção um site que exibirá a reprodução digital de livros da biblioteca de Leite Vasconcelos e, em relação ao espólio manuscrito, o respetivo inventário, o índice temático, um roteiro de pesquisa e ainda a reprodução digital de algumas secções.
Publicações leitianas
- A correspondência trocada entre Leite de Vasconcelos e o linguista alemão Hugo Schuchardt ao longo de 44 anos foi publicada pela Universidade de Bamberg
O Arquivo Pessoal de Manuel Heleno (1894-1970)
Em abril de 2010, no âmbito de um projeto financiado pelo QCA, deu-se início ao tratamento, inventariação, descrição e digitalização de todo o acervo, exceto da documentação fotográfica.
Parte do Arquivo Pessoal de Manuel Heleno, cadernos de campo e relatórios, encontra-se disponível para consulta on-line em < http://arquivo.patrimoniocultural.gov.pt/apinet/ > pelo que a consulta dos originais, por motivos de preservação das espécies, só em situações excecionais poderá ser autorizada. Para fins de investigação poderão ser fornecidas cópias das imagens que se encontram digitalizadas em baixa e alta resolução.
Este arquivo é constituído por 2.3000 documentos entre os quais 332 cadernos de campo, 4.000 espécies epistolares, 17 relatórios de escavações, apontamentos, documentos variados, recortes de jornal e fotografias.
A consulta desta base de dados está acessível na biblioteca do museu.
Para um conhecimento mais abrangente da vida, obra e legado de Manuel Heleno:
- GAGO, A. B.; MARTINHO, C.; RAPOSO, L. – Manuel Heleno: Fotobiografia. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2013. 351, [1] p. : il. ; 28 cm.
O Arquivo Pessoal de D. Fernando de Almeida (1903-1979)
- O arquivo pessoal de D. Fernando de Almeida, de menores dimensões que os anteriores, é composto por 5 caixas de documentação e 10 caixas de diapositivos e negativos.
- Arquivo em fase de tratamento. Aceder à listagem de assuntos (descarga)
OS ARQUIVOS DE ANTIGOS FUNCIONÁRIOS
Félix Alves Pereira (1865-1936)
- O arquivo pessoal de Félix Alves Pereira é constituído por 4 caixas com manuscritos do autor, correspondência, fotos, desenhos e recortes de jornal.
Luís Chaves (1888-1975)
- O arquivo pessoal de Luís Chaves é formado por 11 caixas com manuscritos do autor, sobretudo de etnografia, mas também inclui notas de história, onomática, arqueologia, correspondência, recortes de jornal e fichas temáticas.
OUTROS ARQUIVOS PESSOAIS
Manuel Gustavo Marques (1929-1996)
- Este arquivo pessoal é constituído por 47 caixas e 262 dossiers com manuscritos do autor, documentação de campo, fotografias e desenhos.
Jorge Pinho Monteiro (1950-1982)
- Este arquivo é constituído por 8 caixas de documentação intituladas Arte Rupestre do Tejo e 1 caixa de rolos fotográficos.
ARQUIVOS INSTITUCIONAIS
Arquivo do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia
- O arquivo do IPAHE, que desde a sua fundação, em 1933, funcionou no museu e cujos membros fundadores pertenciam também à instituição, acabou por integrar o arquivo do MNA. É constituído por 25 caixas e 5 dossiers, com a seguinte classificação: Atividade Cultural, com documentos relativos à Ethnos, às sessões culturais e comunicações, visitas de estudo, permutas e intercâmbios culturais; Sócios, que inclui propostas, currículos, ofícios e documentação relacionada com a revista Ethnos; Administrativos sendo de assinalar as atas das reuniões, correspondência, circulares; Contabilísticos e financeiros com as cotas, joias, vendas, despesas do Instituto e orçamentos; e documentos iconográficos e fotográficos.
Condições de acesso ao Arquivo
O acesso aos fundos de arquivo e coleções de reservados, é restrito a investigadores, através de pedido por e-mail, dirigido ao < geral@mnarqueologia.dgpc.pt > com conhecimento para a bibliotecária, < cristinacoito@mnarqueologia.dgpc.pt >
No pedido devem constar os seguintes elementos: identificação do requerente, incluindo contactos, o motivo da consulta e se pretendem a reprodução de alguns documentos. Se o investigador pretender publicar o trabalho resultante da consulta efetuada, o Museu reserva-se a prioridade de publicação da documentação inédita existente no seu acervo, na revista editada pelo MNA, O Arqueólogo Português.
Chama-se a atenção dos investigadores de que parte destes fundos de arquivo ainda não se encontram completamente tratados, pelo que a sua consulta poderá não ser autorizada.
► Regulamento do Arquivo Histórico do Museu Nacional de Arqueologia (PDF)
► Consulte a Tabela de preços para conhecer os valores de reprodução de documentos praticados pelo Arquivo Histórico e Biblioteca do MNA.