Datas: 10 de abril de 2002 a 19 de janeiro de 2003
Local no MNA: Galeria Ocidental
Organização institucional: Museu Nacional de Arqueologia e Câmara Municipal de Santarém
Comissariado científico: Ana Margarida Arruda; Maria José Almeida e Catarina Viegas
Tipo de exposição: Síntese local
Promovida conjuntamente pelo Museu Nacional de Arqueologia e pela Câmara Municipal de Santarém, a exposição De Scallabis a Santarém baseia-se nas escavações que, desde há longos anos, decorrem em Santarém permitiram recolher um numeroso conjunto de materiais, cujo estudo tornou percetível a longa diacronia da ocupação do sítio. Datam do século X/IX a.C. os primeiros vestígios dessa ocupação, que, até pelo menos ao século I d.C., ocorre, exclusivamente, no local onde hoje se localiza o Jardim das Portas do Sol. O núcleo urbano foi crescendo, ocupando progressivamente áreas cada vez mais extensas, integrando, já no século XII, todo o planalto de Marvila e os dois núcleos ribeirinhos: a Ribeira e o Alfange.
Na exposição «De Scallabis a Santarém» pretende-se mostrar como se processou a ocupação do espaço da atual cidade ao longo do tempo, e de que forma foram evoluindo as atividades económicas, as vivências quotidianas e as atitudes perante a morte das populações que habitaram o local, entre o século X a.C. e o século XVI.
Assim, se a diacronia e os processos históricos nunca foram esquecidos, nunca se perdeu de vista que as comunidades humanas atuam diferentemente sobre os espaços que ocupam e que as relações que mantêm com os recursos disponíveis, não sendo imutáveis, são certamente os aspetos mais relevantes de qualquer abordagem.
A visão antropológica que sobressai desta exposição justifica-se, pois, pelo facto de ter sido assumido que os homens e a sua multiplicidade de ações constituem, afinal, aquilo que mais se pretende mostrar, mesmo sabendo que o tempo moldou a variabilidade dessa mesmas ações, conferindo-lhes historicidades próprias.