Em Roma, no mês de Maio do ano 357 da era cristã, no centro do maior monumento de espetáculos da Antiguidade, um monólito de 500 toneladas é erguido lentamente com o esforço de milhares de trabalhadores. Retirado do solo do Egipto há trinta anos atrás, o obelisco com 33 metros de altura vai dominar, doravante, o Circus Maximus.
Os obeliscos do Egipto foram recuperados pela ideologia imperial romana. Com efeito, o que poderia ser mais forte, simbolicamente, para afirmar o poder de Roma no mundo, do que transportar estes monumentos para o coração da cidade? A sua presença na capital do Império testemunhava o domínio de Roma no Oriente.
Para além da incidência política, o transporte destes monólitos era também a prova de um grande domínio técnico da parte das equipas que se ocupavam destas operações. Se os engenheiros egípcios foram capazes de grandes façanhas para erigir tais objetos no céu do Egipto, não tiveram que efetuar a operação inversa a que consistia em deslocar um obelisco. Aliás, não possuíam qualquer dispositivo para esse efeito: não tinham cordas suficientemente fortes, nem tinham roldanas ou cabrestantes, que lhes permitissem desmultiplicar as forças. Os Romanos, pelo contrário, sabiam jogar com forças complexas, repartidas por numerosas cordas através de roldanas e de cabrestantes. O peso do obelisco que eles faziam oscilar podia ser repartido por múltiplos pontos e, deste modo, graças a uma soma de ínfimos movimentos, era possível a manipulação destas enormes massas.
Fazer reviver o Circus Maximus romano, modelo para todo o Império, foi o desafio apaixonante de uma vasta equipa de arqueólogos, arquitetos, artistas e informáticos. Esta exposição, de acentuado cunho didático, pretende fazer o visitante mergulhar na realidade do passado, tal como a arqueologia a reconstitui, utilizando para o efeito tecnologias interativas, de modelização eletrónica, experimentais e de ponta, desenvolvidas expressamente para o efeito.
Para além das numerosas reconstituições e simulações computorizadas e da clássica sequenciar da corrida de quadrigas do filme “Ben-Hur”, o visitante pode ainda nesta exposição encontrar um conjunto muito significativo de achados do território português, relacionados com os cavalos e as corridas de cavalos: arreios proto-históricos, moedas e objetos de uso comum com figurações equestres, os cinco famosos cavalos do chamado “mosaico dos cavalos da villa de Torre de Palma, enfim, uma preciosa escultura em bronze, proveniente de Óbidos e representando uma quadriga.
Datas: 29 de janeiro de 2004 a 2 de maio de 2004 | Local no MNA: Torre Oca | Organização institucional: CNRS, Instituto Ausonius, Centre. Sciences e Cap Sciences CCSTI das regiões Centro e Aquitânia | Comissariado científico: CNRS, Instituto Ausonius, Centre. Sciences e Cap Sciences CCSTI das regiões Centro e Aquitânia | Tipo de exposição: Síntese geral de conhecimentos