Datas: 1 de março de 2005 a 1 de junho de 2005
Local no MNA: Galeria Ocidental
Organização institucional: Museu da Água (Barcelona); Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa); Museu Arqueologico Nacional (Madrid); Museu Nacional de Arte Romana (Mérida)
Comissariado científico: Isabel Rodà de Llanza
Tipo de exposição: Exposição Internacional
A civilização romana foi, sem dúvida, uma civilização da água. Os avanços e a tecnologia então aplicada à sua captação, distribuição e consumo só encontram paralelo nos nossos dias. Agora que estamos conscientes do precioso bem que representa a água, é oportuno refletir sobre as origens do seu uso a grande escala. Esta é a motivação profunda da exposição internacional AQUA ROMANA – Técnica Humana e Força Divina, organizada pelo Museu das Águas de Barcelona, em cooperação com o Museu Nacional de Arqueologia, de Lisboa, o Museu Nacional de Arte Romano, de Mérida, e o Museu Arqueológico nacional de Madrid.
As peças reunidas, na ordem da centena, são provenientes de mais de duas dezenas de museus em Espanha, Itália, Croácia e Portugal. Para além das peças arqueológicas originais, a exposição, de forte pendor didático, apresenta diversas maquetas de equipamentos e mecanismos hidráulicos romanos, assim como vídeos e animações exemplificativas do seu funcionamento.
Propõe-se ao visitante um percurso constituído por cinco módulos, o primeiro e mais extenso dos quais abarca abraça a Arquitetura e Engenharia hidráulica, sendo dedicado às técnicas construtivas e a todo o trajeto do traçado de uma conduta de transporte e distribuição de água, o qual excede largamente os segmentos mais visíveis, porque mais monumentais, identificados imediatamente como “aquedutos”.
O segundo módulo está dedicado às leis que regulavam o acesso água, com uma seleção de peças referentes ao normativo jurídico de um problema que vem de longe. Utiliza-se aqui o exemplo paradigmático da distribuição de água do vale do rio Ebro, de que se possuem importantes elementos legais, em tábuas de bronze conservadas até ao presente.
Um terceiro módulo mostra uma seleção de diversos e valiosos recipientes domésticos elaborados em materiais bastante diversos. Dá-se conta do requinte que o serviço da água atingia no Mundo Romano, seja em ambiente familiar, seja em ambiente público.
Os usos industriais da água constituem um quarto módulo expositivo. Estes usos abrangem campos muito diversos nos quais a água teve um papel relevante. As azenhas, a mineração, os viveiros e as tinturarias são ilustradas com peças muito singulares e com atrativas reconstruções virtuais.
Finalmente, oferece-se num quinto módulo uma perspectiva do mundo das divindades aquáticas, muito numerosas, já que os romanos não só transformavam os cursos dos rios, como também povoavam as águas doces e salgadas com seres fantásticos, uns de carácter benéfico e outros malignos, que ajudavam ou se opunham aos navegantes.
A finalizar, o visitante encontrará um convite para visitar uma segunda parte de Aqua Romana, que numa próxima edição tratará da água como ócio e espetáculo, na qual as termas e os banhos terão um papel destacado como elementos fundamentais da vida quotidiana romana.