Data de início: 1 de outubro de 2007
Local no MNA: Vitrina do GAMNA
Organização institucional: GAMNA - Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia
Designação: Estela antropomórfica em granito; Nº de Inventário: 18707; Proveniência: Crato. Portalegre; Aquisição: Doação; Datação: Calcolítico Final/Bronze Inicial.
Estela em granito, de forma subrectangular, arredondada no topo superior. Apresenta uma figuração antropomórfica por incisão representando o pescoço e a cabeça: os olhos estão representados por duas depressões profundas circulares e o nariz por um sulco vertical profundo, entre os olhos. O pescoço está reduzido a um sulco horizontal, de que pendem três curvas concêntricas sugerindo um colar. Lateralmente a peça é igualmente decorada por incisões de linhas que se cruzam formando um reticulado que podem significar os cabelos ou um toucado. A estela apresenta-se fraturada na extremidade inferior.
A MAIS ANTIGA ESCULTURA ANTROPOMÓRFICA EM PORTUGAL. (finais do 3º/inícios do 2º milénio antes de Cristo).
Podendo representar entidades tutelares dos grupos, divindades ligadas aos cultos de fecundidade, ou ainda personagens heroicizadas, esta peça constitui uma das mais antigas representações da figura humana com carácter monumental existentes em Portugal.
Este tipo de esculturas constitui a expressão de um vasto movimento ideológico-religioso que se estende desde o próximo Oriente à Península Ibérica, no período em que se inicia a emergência social dos guerreiros e heróis, ou seja, na passagem da Idade do Cobre para a Idade do Bronze. Surgem em contextos claramente funerários, ou isoladamente em locais afastados dos habitats - zonas de caça ou lugares sagrados - de que os amplos santuários rupestres de ar livre como a Bouça do Colado, no Lindoso, em Ponte da Barca, e o Vale do Tejo, na região de Vila Velha de Ródão, são os exemplos portugueses mais paradigmáticos.