Criado em 20 de Dezembro de 1893, por decreto do Doutor Bernardino Machado, mais tarde duas vezes Presidente da República, o atual Museu Nacional de Arqueologia (MNA) foi inicialmente concebido pelo seu fundador, o Doutor José Leite de Vasconcelos, como um “Museu do Homem Português”, numa óptica etnológica globalizante. As colecções etnográficas do MNA incluem testemunhos dos diferentes aspetos da vida social, sobretudo em ambiente rural. Ocasionalmente foram também recolhidas colecções representativas do quotidiano urbano, muito mais sensível às vicissitudes políticas de cada época. Está neste caso um interessante conjunto de 99 peças alusivas à implantação da República, recolhidas por Luís Chaves em Lisboa, no rescaldo da Revolução de 5 de Outubro de 1910, de que agora se comemora o centenário.
Ocupados como estavam pelo registo das “grandes coisas”, a maior parte dos que viveram e mais tarde estudaram a Revolução Republicana não cuidaram de recolher estes testemunhos de um quotidiano etnográfico urbano, que são hoje raros e nos informam comoventemente sobre o impacte da República do dia-a-dia da cidade do País.
Figuras de cerâmica, lenços, avental, alfinetes de lapela, caixas de folha, cerâmica ou cartão e até um conjunto de 4 sabonetes todos com simbologia republicana. Um acervo simples, mas precioso com que o MNA se associa à comemoração do centenário da implantação da República.
Datas: 1 de dezembro de 2010 a 1 de abril de 2012 | Local no MNA: Átrio Museu Nacional de Arqueologia | Organização institucional: IMC - CCNCR - MNA | Comissariado científico: Luís Raposo, Ana Melo e Madalena Garcia | Tipo de exposição: Monográfica