Datas:30 de maio de 2015 a 29 de novembro de 2015
Local no MNA: Átrio do Museu
Organização institucional: DGPC / MNA. Projeto ESTELA
No âmbito da inauguração da exposição de rua itinerante sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro: “Quem nos escreve desde a Serra, no interior do Museu, há uma evocação da exposição "A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura". Esta exposição apresentou então alguns dos objetos mais emblemáticos ligados à investigação sobre este tema e época no Sul de Portugal, tendo, também, reunido o maior conjunto de estelas e servido de base a importantes estudos sobre esta escrita.
A presente exposição pretende, por um lado, voltar a revelar alguns dos objetos mais emblemáticos ligados à investigação sobre a escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro associada e que se encontram depositados no MNA, bem como evocar os 35 anos da importante exposição organizada por Caetano de Mello Beirão e Mário Varela Gomes e inaugurada a 28 de novembro de 1980.
O espólio que consta da exposição teve em consideração a sua funcionalidade Assim, tendo por tema central a escrita do Sudoeste que é conhecida sobretudo em forma de estelas, foi escolhida para peça central a estela do Tavilhão, uma das peças classificada como Tesouro Nacional. Colocada como estando "enterrada" no chão que divide e une dois mundos.
O inferior, dos mortos, onde são colocados materiais encenando uma sepultura de cremação com espólio como as que ocorrem no Baixo Alentejo e Algarve: urnas com ossos cremados, cerâmicas (algumas provenientes do mediterrâneo) com oferendas, vestígios de armas condenadas, elementos de adornos, entre outros.
O superior, dos vivos, com objetos do dia a dia e representações de animais que fariam parte do quotidiano das populações: as peças que compunham o vestuário das pessoas (botão de ouro, fíbula, colar, fecho de cinto, entre outros) colocados numa silhueta humana, os animais com os quais conviviam, as peças que utilizavam nas suas atividades.
Para além desta divisão pretende-se também mostrar a diversidade das escritas pré-romanas existentes no Sudoeste Peninsular revelada sobre outros suportes como os grafitos em cerâmica ou noutros tipos de estelas, bem como mostrar a maior coleção de estelas com escrita do Sudoeste depositada num Museu. O que faz dele um dos locais obrigatórios para a sua investigação e divulgação.
Alguns destes materiais arqueológicos estão presentes em “duplicado” revelando a constante união entre estes dois mundos, por exemplo: a presença de escrita ou grafitos em objetos do quotidiano e nas estelas revelando que estas últimas não devem ser entendidas como elementos funerários, ou as contas de colar utilizadas ao pescoço ou como oferendas, ou as armas que seriam utilizadas pela pessoa em vida e que a acompanha na última viagem.
Verifica-se, atualmente, um desencontro temporal entre as cronologias atribuídas à escrita do Sudoeste e aos materiais conhecidos pelo registo arqueológico durante o primeiro milénio a.C., no entanto as realidades e os materiais arqueológicos revelam e são o resultado de alguns aspetos que perduram durante vários séculos e que estruturam a vivência destas comunidades ao longo desse tempo.