Em Roma, existiam dois tipos de enterramento: a icineração, aliás já conhecida na Hispânia , pelos povos pré-romanos, e a inumação. A icineração consistia em colocar o cadáver sobre uma pira (rogus) e depois recolhiam-se as cinzas numa urna (loculus) que depois era introduzida num túmulo. Para a inumação, palavra que deriva de «humus» ou terra, o corpo era colocado num caixão, enterrado numa cova. Mas ainda antes disso, o corpo era lavado pela derradeira vez, perfumado, vestido e exposto com os seus melhores trajes, durando a cerimónia que durava vários dias. O leito funerário era coberto de flores, sendo muito comuns as rosas e as violetas, e havia ainda flautistas que tocavam uma música fúnebre, ou “nenias” (hinos de louvor). O choro para com o ente morto fazia parte das manifestações de pesar, e as carpideiras tinham presença garantida. O cortejo, tal como nos nossos dias, acompanhava o cadáver para fora da cidade, até ao local onde se realizaria o enterro, pois, como se sabe, as necrópoles situavam-se fora dos recintos urbanos. No cortejo, havia ainda actores com máscaras dos antepassados, de forma a que a ascendência do defunto, vinda do Além, pudesse participar no funeral. Os parentes e amigos usavam vestes de luto (de cor para os homens e de tons sóbrios para as mulheres). O cortejo era efectuado à luz de tochas. Quando o defunto era uma figura muito importante, o cortejo atravessava o Fórum, onde o parente mais próximo fazia um elogio fúnebre. Já no local do enterro era partilhada uma refeição completa que encerrava o funeral. Anualmente eram depositadas flores nos túmulos bem como alimentos e bebidas, e consagrava-se uma semana aos parentes falecidos (de 13 a 21 de Fevereiro) – “dies parentales”, sendo também lembrado no seu “dies natalis”. Acreditava-se que a não observância dos rituais equivaleria a condenar as almas dos mortos a atormentar os vivos. As "pompa funebris" eram as pompas fúnebres que eram asseguradas pelos “libitinarii”, profissionais que se dedicavam a essa tarefa. Mas, claro está, tal como hoje, nem todos tinham direito a estes tipos de cerimónias e são conhecidas as valas comuns, onde muitos escravos foram enterrados. Existiam também as festiividades anuais dos mortos como as «Parentalia» , em Fevereiro, defendendo-se mesmo que a etimologia do mês de Fevereiro deriva do verbo latino «februare», que significa expiar ou purificar. As Lemuria, nos idos de Maio (9, 11 e 13), eram também cerimónias fúnebres destinadas a esconjurar os malefícios dos espectros que pudessem errar em torno das casas.
As «cupae» (em latim singular cupa, plural cupae) são um tipo de monumento funerário de planta alargada, em forma de tonel, que se utilizaram em algumas regiões do Império Romano entre os séculos I e III.
São muito comuns no território da Lusitânia. Podiam ter inscrições com o nome do defundo.
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